Então... eu levei anos para entender que tudo vira moda e toda moda vira decoração. Sempre vi mapas em paredes, principalmente em filmes, mas sempre havia alguma utilidade para eles. Aquela cena clássica de onde vai ser o próximo ataque, entendem? E aquele alfinete decisivo.
Normalmente o alvo seria EUA ou URSS.
Uma vez, eu ganhei um mapa que me seria útil por causa dos tempos de colégio, aulas de geografia e afins.
Daí, quando comecei a seguir blogs de moda e decoração, entendi que mapas poderiam servir também como enfeite.
E houve identificação com essa idéia, claro.
Isso porque sou apaixonada por mapas. Sempre fui, desde criancinha. Não sei se porque ganhei "O Grande Atlas das Crianças", que ficava folheando com meu irmão, ou se por algum desejo relacionado a conhecer o mundo.
Este aqui está pra vender no Bom Negócio. Só não compro porque não vale viver de nostalgia, mas estou colocando aqui uma imagem para mostrar como ele era: cheio de legendas com desenhos bonitinhos indicando características principais (sobre relevo, extração e produção) de cada região do mundo. A foto em específico é de uma página que mostra os EUA - foi a única que encontrei no google em boa qualidade.
Acho que adoro mapas também porque me atrai tudo o que soa muito remoto: povos desconhecidos, constelações, éons primitivos da Terra, dinossauros.
Mapas, principalmente os políticos, falam de cidades de que nunca ouvi falar. Então, essa definição meio que encaixa. Conseguem imaginar aquelas cidadezinhas antigas remanescentes no meio da tundra boreal?
Ou uma cidade na divisa da Argentina com o Chile?
Ou Palikun, no noroeste da China?
E é possível que nenhum dos habitantes desses lugares sequer imagine como é viver em alguma cidade no sudeste do Brasil. Talvez, para eles, não haja esse estereótipo que nós mesmos internalizamos sobre as regiões do Brasil - para eles, é tudo a mesma coisa. Tudo parte de um país gigantesco e desconhecido. E isso me dá uma sensação engraçada.
Algo que transcende esse quase batido conceito de globalização. Ela existe, meus amigos, mas nessas horas a gente não a superestima. O mundo ainda é gigante.
Ou uma cidade na divisa da Argentina com o Chile?
Ou Palikun, no noroeste da China?
E é possível que nenhum dos habitantes desses lugares sequer imagine como é viver em alguma cidade no sudeste do Brasil. Talvez, para eles, não haja esse estereótipo que nós mesmos internalizamos sobre as regiões do Brasil - para eles, é tudo a mesma coisa. Tudo parte de um país gigantesco e desconhecido. E isso me dá uma sensação engraçada.
Algo que transcende esse quase batido conceito de globalização. Ela existe, meus amigos, mas nessas horas a gente não a superestima. O mundo ainda é gigante.
Só pra constar, aceito mapas de presente. Ganhei uma caixa com a estampa da região leste da Terra Média na 3ª Era (presente da Clarisse), e aceito outros mapas exóticos - roubei do meu irmão um da Antártida! Cheio daquelas homenagens a desbravadores ingleses e holandeses!
É difícil não imaginar esses desbravadores quando vejo no Canadá o tal Estreito de Hudson, seguido pelo Mar de Hudson. Quem foi Hudson? A priori, para mim, trata-se de uma pessoa. E já consigo imaginar um aventureiro sagaz e pouco carismático como o Dr. Lindenbrook - talvez mais jovem, até - em pé em uma canoa, afastando-se do navio, em trajes antigos e pesados por causa do frio, um gorro que cobre as orelhas, a testa franzida em um misto de cansaço, obstinação e expectativa, abismado diante da névoa que revelaria parcialmente os novos pedaços de terra que antecederiam o novo continente. E dando ordens, enquanto os companheiros de viagem continuam a remar, dizendo para tomarem cuidado com os recifes, com o gelo, com o nevoeiro, com o frio. E sabendo que não haveria uma casa com um fogo crepitando alegremente quando finalmente chegassem ao desconhecido pedaço de terra, do outro lado do Velho Mundo.
É, eu fico brisando desse jeito, tentando imaginar o que significam todos aqueles nomes em sua língua original e tentando imaginar se os nomes que aparecem nos mapas foram traduzidos para o português ou não - porque alguns foram; outros, aparentemente, não.
Acho que deu para entender por que posso ficar horas olhando essas preciosidades.
É difícil não imaginar esses desbravadores quando vejo no Canadá o tal Estreito de Hudson, seguido pelo Mar de Hudson. Quem foi Hudson? A priori, para mim, trata-se de uma pessoa. E já consigo imaginar um aventureiro sagaz e pouco carismático como o Dr. Lindenbrook - talvez mais jovem, até - em pé em uma canoa, afastando-se do navio, em trajes antigos e pesados por causa do frio, um gorro que cobre as orelhas, a testa franzida em um misto de cansaço, obstinação e expectativa, abismado diante da névoa que revelaria parcialmente os novos pedaços de terra que antecederiam o novo continente. E dando ordens, enquanto os companheiros de viagem continuam a remar, dizendo para tomarem cuidado com os recifes, com o gelo, com o nevoeiro, com o frio. E sabendo que não haveria uma casa com um fogo crepitando alegremente quando finalmente chegassem ao desconhecido pedaço de terra, do outro lado do Velho Mundo.
É, eu fico brisando desse jeito, tentando imaginar o que significam todos aqueles nomes em sua língua original e tentando imaginar se os nomes que aparecem nos mapas foram traduzidos para o português ou não - porque alguns foram; outros, aparentemente, não.
Acho que deu para entender por que posso ficar horas olhando essas preciosidades.
Mapas são representações espaciais que variam muito entre si, mas a primeira associação que comumente fazemos é com a projeção de Mercator. Essa projeção foi famosa por privilegiar as formas físicas mas deformar as áreas - alguém já reparou em como a Groenlândia fica do tamanho do Brasil nessas imagens? Ou como a Europa fica enorme e a América do Sul pequenininha? Na prática, as medidas não são essas - a Groenlândia é uma ilha! Mas essa é uma projeção eurocêntrica - literalmente.
Esse é um tema muito interessante porque mostra como convencionamos e institucionalizamos uma maneira de enxergar o mundo. Por exemplo, se invertermos o mapa e privilegiarmos a Ásia, temos:
Perturbador, não? É uma amostra de quanto nosso olhar é modulado pela cultura que partilhamos. Estamos tão acostumados a pensar em nós mesmos no canto esquerdo do Hemisfério Sul de um planeta tridimensional que sequer pensamos no universo como ele é, livre de direções e sentido! Deixamos de pensar em outras possibilidades, naturalizamos visões espaciais que não são absolutas.
O modo como olhamos um mapa, o que procuramos primeiro, o que enxergamos, tudo é influenciado culturalmente. Os tipos de mapa que existem, sua funcionalidade...
Não é difícil concluir que, quando projeções que nem a de Mercator povoam o "inconsciente coletivo", tornando-se o que há de mais fiel sobre a representação da Terra, esses mapas influenciam sim nossa visão de mundo.
Sem perder essa crítica de vista, hoje vou mostrar as decorações com mapas políticos de que gostei mais. O Pinterest não decepciona!
O modo como olhamos um mapa, o que procuramos primeiro, o que enxergamos, tudo é influenciado culturalmente. Os tipos de mapa que existem, sua funcionalidade...
Não é difícil concluir que, quando projeções que nem a de Mercator povoam o "inconsciente coletivo", tornando-se o que há de mais fiel sobre a representação da Terra, esses mapas influenciam sim nossa visão de mundo.
Sem perder essa crítica de vista, hoje vou mostrar as decorações com mapas políticos de que gostei mais. O Pinterest não decepciona!
Mapas como cenário vintage: como não amar?
Esse sofá de couro marrom, o abajur e o baú como mesa de centro formam uma combinação elegante e aconchegante com esse mapa em tons terrosos. Lembra um pouco, na minha opinião, tempos de guerra do século XX, mas ainda continua aconchegante e chique.
É uma excelente decoração, só lamento por não conseguir observar confortavelmente cada parte do mapa - imaginem-me subindo no sofá para espiar a Rússia e o Ártico!
Esse sofá de couro marrom, o abajur e o baú como mesa de centro formam uma combinação elegante e aconchegante com esse mapa em tons terrosos. Lembra um pouco, na minha opinião, tempos de guerra do século XX, mas ainda continua aconchegante e chique.
É uma excelente decoração, só lamento por não conseguir observar confortavelmente cada parte do mapa - imaginem-me subindo no sofá para espiar a Rússia e o Ártico!
Ficaria dando pulinhos para olhar essas regiões de perto.
Mapas antigos decorando gavetas de cômodas: fica lindo. Ao contrário da primeira foto, essa seria uma inspiração legítima, o tipo de coisa que eu realmente faria com tranqüilidade.
E esse abajur - apaixonante! Sou viciada em abajur, estudar com eles é pura qualidade de vida. Abajur + mapas, então: só amor.
Idéia: decoração no teto! Achei interessante, mas não é exatamente algo que eu faria. Achei legal por ser diferente, e ainda: é um mapa de Cuba!
Inspiração detected! Penduricalhos são sempre fofos, se você sabe onde colocar. Penduricalhos de mapas excedem em níveis de fofura.
A fantástica idéia de alfinetar os lugares que você deseja conhecer - e ainda poder mudar a cor do alfinete de acordo com categorias que você criar, algo do tipo "quero ir" e "já fui"... e também é legal pesquisar curiosidades e atrativos de cada lugar, anotar num papelzinho e pendurar - fica lindo como na foto! Ou, se você esteve nos lugares, anotar aquilo de que gostou mais e também pendurar na parede!
E se você ainda não viajou, é uma idéia exótica, solitária e muito bacana acordar e pesquisar aleatoriamente um lugar no mapa, nem que seja na querida wikipédia, e anotar a respeito. Como eu fiz procurando Kirensk e Bremen. :P
Um perfeito escritório de arqueologia. É tudo marrom e antigo demais até para o meu gosto, mas não dá para negar que ficou lindo.
E, abaixo, decoração para crianças! Que também é inspiração para seu próprio quarto, a vida é sua.
Pendurar planetas feitos manualmente com isopor e purpurina é legal. Globos terrestres são legais. E pendurar globos? ♥
Lindos, lindos, lindos painéis! Quero desde ontem.
E essa fofura em forma de coordenadas.
Bom, eu sei que falei de decoração com mapas políticos, mas o Pinterest me mostrou este e não tive como não salvá-lo:
CONSTELAÇÕES!!! ♥
E, parar encerrar:
Nada como encerrar um post com Harry Potter! :)
Realmente mapas se tornaram a nova moda da decoração. Por isso nossa loja criou uma linha especial somente com mapas https://www.papeiseparede.com.br/345/papel-de-parede-mapa-mundi
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