2015 começou com promessas carregadas de expectativas. Desde as juras coletivas de final de ano de sempre que envolvem maior disciplina e realização de desejos à possível vinda de Marty McFly, o ano prometeu se destacar para nós, seres desejantes. Só que eu não sabia que a coisa seria tão profunda assim.
O ano começou com um Mad Max que, infelizmente, não vi no cinema. Eu só vi o 1 e não tive ainda paciência para ver o 2, embora lendas urbanas digam que vale a pena - porque existem duas verdades no cinema blockbuster:
- Filmes muito ruins que são procedidos por uma segunda versão incrível e inesperadamente ótima, a ponto de esta segunda versão ser considerada a única existente, como foi o caso de Mad Max;
- Trilogias cujo segundo filme é o melhor, e o terceiro, o pior de todos e que, para todos os fins, não existe.
Mas tudo bem não ter visto o 2 ou o Mad Max da Furiosa. Nunca fui fã de cenários pós-apocalípticos isentos de zumbis.
Segue sessão nostalgia em pleno 2015 como segue uma dama em quadrilha de festa junina.
Então veioe meu coração até pára quando penso JURASSIC WORLD. Gente. Gente. Dinossauros.
Então veio
Dinossauros perseguindo pessoas.
Dinossauros criados por engenharia genética numa época em que se criticava o projeto Genoma oh, Michael Crichton, excelente tentativa.
Dinossauros perseguindo paleontólogos.
E me ressuscitam essa história fodástica com cheiro de sangue e carne dilacerada de infância.
Simultaneamente, anunciam o renascimento de Star Wars em uma nova trilogia. Na realidade, já estava anunciado há tempos, mas o teaser apareceu agora e o lançamento será em 2015.
Uma galera tem achado uma boa viver às custas da nostalgia alheia, mas não importa porque todos estamos felizes. O problema é que isso nos obriga a retornar a infância num momento da vida em que precisamos amadurecer e será que vai ter no netflix?.
Não bastassem esses grandes sucessos do cinema renascendo como zumbis em cenários apocalípticos, não sei por que cargas d'água a Toei Animation, em comemoração aos 15 anos do sucesso Digimon, resolveu produzir uma OVA com os personagens da primeira e única realmente boa versão. Na realidade, eu vi a primeira, a segunda e a quarta - todo o mundo torceu o nariz para o Frontier, mas como foram capazes de suportar as dublagens horríveis e os personagens chatos do Tamers? E o Savers, então? Nunca vi na vida.
O que importa é que é unânime o fato de a primeira temporada ter sido a melhor e é nela que inteligentemente essa galerinha desse estúdio no meio do Pacífico vai focar com altas confusões e uma turminha do barulho. E agora a turma do Tai está no colegial porque, incrivelmente, enquanto para nós passaram-se quinze anos, para eles passaram-se apenas seis; e agora veremos todos crescidinhos salvando o mundo novamente. Espero honestamente que respeitem tudo o que colocaram em Digimon 2, principalmente o final - porque nós chegamos a ver sim o pessoal no colegial! Só que, finalmente, teremos um enfoque neles - e ainda bem, porque eles são muitos mais legais que uma equipe que tem o Davis e o T.K. como líderes.
Sejamos mais claros aqui: espero que não estraguem o lindo romance entre Sora e Matt.
Eu não sei qual é a pior especulação para casais registrada na História, se Harry e Hermione ou Sora e Tai.
As pessoas têm uma coisa para achar que a mocinha mais importante da história tem que necessariamente se envolver com o líder da turma, o que, para mim, não faz o menor sentido. Não faria sentido Magri e Miguel juntos em Os Karas; nem Harry e Hermione em Harry Potter e muito menos Sora e Tai em Digimon.
As pessoas têm uma coisa para achar que a mocinha mais importante da história tem que necessariamente se envolver com o líder da turma, o que, para mim, não faz o menor sentido. Não faria sentido Magri e Miguel juntos em Os Karas; nem Harry e Hermione em Harry Potter e muito menos Sora e Tai em Digimon.
É claro que a Sora e o Matt têm tudo a ver.
Acho que o pessoal teve dificuldade em entender que, sim, existia uma relação de compreensão e amizade entre Sora e Tai, contudo quem estava lá para entender o lado sombrio da Sora, suas motivações, sua tristeza e seu desamparo - o lado ruim do brasão dela (que era o brasão do Amor - cara, como adorava esses brasões) foi o Matt. Porque o Matt, ao contrário do queridinho e positive vibrations Tai, é revoltado e melancólico por natureza, preferindo se isolar por resistência e medo do mundo, e acaba enfrentando esse medo (que aparece em forma de rebeldia) por meio da mais sincera e desinteressada Amizade (o brasão dele); só ele tinha esse lado sombrio explícito o suficiente para acolher Sora não apenas nas qualidades dela, mas também em suas dificuldades. E o Tai, por mais corajoso e líder que fosse, jamais compreenderia esse lado sombrio das emoções humanas - como não compreendeu naquele episódio da caverna, quando Sora foi atormentada pelo fantasma da culpa paralisante e da melancolia. Enquanto para Tai era dificílimo entender por que Sora se deixara abater daquela forma, Matt, já conhecedor daquela sombra, entendeu do que se tratava; Tai possui uma plenitude e uma independência incompatíveis com a sensibilidade de Sora, ao contrário do Matt - porque os dois, interagindo pelo amor e pela amizade, não são tão plenos e independentes e acabam por necessitar um do outro e complementar um ao outro naquilo que lhes falta.
Se vocês olharem com carinho a história do Harry e do Miguel, temos os mesmos arquétipos; Harry, apesar de ter sido o mais rejeitado e maltratado do trio ao longo de sua história pessoal - mais até do que o histérico Rony -, ele é o mais forte e independente e só poderia se relacionar com uma garota tão forte, durona e corajosa como ele. Harry não se deixa levar pela carência - embora não lhe faltassem motivos para senti-la -, sendo o mais auto-suficiente dos três - auto-suficiente para precisar apenas da amizade deles. E Miguel também, como Pedro Bandeira coloca perfeitamente no desfecho de "A Droga do Amor".
[Update: isso também acontece em X-men 2; para quem nunca conseguiu entender por que diabos a Jean Grey ficou com o mal-interpretado Ciclope apesar da existência do Wolverine (vulgo tio Wolvie), taí a resposta.]
Se vocês olharem com carinho a história do Harry e do Miguel, temos os mesmos arquétipos; Harry, apesar de ter sido o mais rejeitado e maltratado do trio ao longo de sua história pessoal - mais até do que o histérico Rony -, ele é o mais forte e independente e só poderia se relacionar com uma garota tão forte, durona e corajosa como ele. Harry não se deixa levar pela carência - embora não lhe faltassem motivos para senti-la -, sendo o mais auto-suficiente dos três - auto-suficiente para precisar apenas da amizade deles. E Miguel também, como Pedro Bandeira coloca perfeitamente no desfecho de "A Droga do Amor".
[Update: isso também acontece em X-men 2; para quem nunca conseguiu entender por que diabos a Jean Grey ficou com o mal-interpretado Ciclope apesar da existência do Wolverine (vulgo tio Wolvie), taí a resposta.]
Então, por favor, OVA, não estrague isso. Se bem que, pela foto, Sora e Matt continuam juntos. <3
Enquanto isso, aguardemos ansiosamente e separemos um horário em nossa vida de adultos para conferir essa sessão nostalgia!
Acho que deu para perceber que eu era fã do Matt e da Sora, não é? Nunca fui muito fã do Tai porque achava o Matt mais complexo, meio que me identificava com os conflitos dele e com sua dificuldade de interagir com o grupo - e de aceitar a liderança do Tai. Ao mesmo tempo, achava a Sora um membro muito importante porque unia a equipe e sabia escutar todo o mundo sem se omitir.
Além disso, adorava o Digimon do Matt, e fiquei eufórica naquele episódio em que finalmente conhecemos o MetalGarurumon!
Além disso, adorava o Digimon do Matt, e fiquei eufórica naquele episódio em que finalmente conhecemos o MetalGarurumon!
E fiquemos com essa música que está sempre na playlist de adultos pelo mundo afora, mas que vai ter um significado diferente em 2015: Brave Heart! Do Miyazaki Ayumi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário