quarta-feira, 1 de outubro de 2025

... e enfim terminei meu livro.




Esse dia, que parecia tão distante, chegou e passou; abandonei o blog sem ver, e foi muito ao acaso que cá retornei e me maravilhei com cada detalhe que esbocei neste espaço escondido e aleatório da internet. Como pude personalizar tanto este blog? Faz dez anos que eu trabalhei acirradamente em cada detalhe para tornar este espacinho agradável: programei, cacei códigos compartilhados por outras blogueiras obstinadas numa época pré-I.A. e os compreendi para personalizá-los ao meu gosto, induzindo e deduzindo os nomes dos itens especiais que eu queria; desenhei à mão o fundo e o modifiquei no Photoshop, além de ter desenhado no próprio Photoshop, com um tablet de desenho (R.I.P., Bacon), os ícones de cada categoria. Os efeitos, a paleta, tudo pensado direitinho para caber nesse tema encantado que é tão meu e tão querido. O tempo passou, novas tendências vieram, tudo agora é em vídeo, os espaços de textos foram reduzidos em tamanho e em quantidade, e os poucos que sobraram são insípidos e insossos, destituídos daquela beleza artesanal da era dos blogs. Até cogitei criar conta num desses sites, mas qual seria a graça? Basicamente, na internet de 2025, ou você escreve ou você se filma, e muito da variedade, da versatilidade e da criatividade tão presentes no início da era digital perderam-se numa pasteurização massiva das redes virtuais, e o que era rede social virou rede de streaming.

E é por isso que decidi, nesta visita inesperada, retomar este blog. O que era antes um cantinho timidamente artesanal, tão pessoal, tornou-se, aos meus olhos, um dos poucos redutos de individualidade ociosamente criativa, de uma era em que o lucro não era o meio e nem o final. De uma era em que a gente só era e criava, sem grandes pretensões. O que era só um algo meu virou algo belo, e não apenas por ser meu - né? - mas também por ser um dos redutos de variedade despretensiosa e desinteressada, dotado de tendências há muito abandonadas e até mesmo desconhecidas, relegadas ao esquecimento.

Antes que termine um livro... e este é o primeiro post - talvez último, quem sabe? - em que trago a leveza satisfatória do livro terminado; dos livros, porque até agora são dois, dois volumes de uma mesma história cujo link disponibilizo na coluna ao lado. Não é uma escrita, nem de longe, tão formal quanto a deste post - hahahaha; a história, na realidade, pertence ao meu gênero preferido: romantasia, mais romance que fantasia, uma pegada mística, uma atmosfera envolvente, um impressionismo simbolista... e jovem-adulto, claro! Importante acrescentar: sem hot. Nada conta, mas é que, como muitos romantásticos estão vindo enriquecidos em ferro, urânio e hot, é bom enfatizar quando se é exceção.

Basicamente a escrita do Meia-Lua consistiu em uma maratona de poucos dias corridos + meses de revisão. Revisar é muito mais difícil do que escrever, embora haja muitas cenas que só ficaram boas após uns bocados de reescrita. Sigo o mantra de que, se nem eu gostar de ler o que escrevo, não tenho por que submeter o coitado do meu leitor a tamanho escrutínio. Escrever um livro é uma maravilha tão absurda que estou ansiosa para retomá-lo com 120% de foco.

Foi uma experiência maravilhosa publicá-lo e conhecer a sensação de ser lida e ser capaz de envolver leitores como sou envolvida por outros autores, além de fazer ecoar em outros corações o que preenche o meu; só que agora sinto já a ansiedade criativa pesar bem ao estilo Bernadette, e a necessidade de prosseguir com essa história, ambientada no universo dos Sete Mundos. 

Não deixemos a criatividade morrer... não é mesmo?

Fiz pequenas mudanças no blog; eliminei alguns gadgets que não faziam mais sentido; não tenho, há anos, paciência para atualizar minhas leituras no Skoob; os blogs que acompanhava não existem mais, e não vejo muito sentido em compartilhar meu painel do Pinterest se nele uso um pseudônimo justamente para manter alguma margem de anonimato. É, os blogs que eu acompanhava simplesmente não existem mais, e outros que já acompanhei foram permanentemente congelados em seu último suspiro - retrato de uma era virtual que ficou para trás. Um museu digital - ou seriam ruínas preservadas?


sábado, 22 de abril de 2017

TAG dos livros clássicos


























Aproveitando que a vida adulta trouxe novidades - entre elas, um amor surpreendente pelos livros clássicos - eis uma tag sobre essa categoria literária:

terça-feira, 7 de março de 2017

Vida Líquida + Fahrenheit 451


- A escolaridade é abreviada, a disciplina relaxada, as filosofias, as histórias e as línguas são abolidas, gramática e ortografia pouco a pouco negligenciadas e, por fim, quase totalmente ignoradas. A vida é imediata, o emprego é que conta, o prazer está por toda parte depois do trabalho. Por que aprender alguma coisa além de apertar botões, acionar interruptores, ajustar parafusos e porcas?" (Ray Bradbury - Fahrenheit 451)

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Sessão Repeteco #2: Zootopia



Qual era seu desenho preferido na infância?

Em casa, os desenhos mais vistos eram os da Disney; desses, alguns eram os preferidos dos meus pais e do meu irmão. Digo que meus preferidos nunca foram os de princesa. Na realidade, achava-os meio sem sal... com exceção de "A Bela e a Fera" - porque eu achava a Fera fofinha.

Talvez porque a "Fera" da Disney, na verdade, seja uma mistura simpática de animaizinhos peludos.

Mas, de resto, como toda boa criança, morria de vergonha alheia das partes musicais dos desenhos e certamente não nasci querendo ser princesa/esperando o príncipe encantado. Não, meus desenhos preferidos de quando criança eram os de bichos: 101 Dálmatas e Robin Hood. E, claro, aquele desenho com aquela cena clássica que fez uma geração inteira chorar: o Cão e a Raposa.

Pensei que essa fase de preferir animais a gente tivesse passado há muito tempo - afinal, a gente amadurece, faz amigos, aprecia centros urbanos, contempla pessoas indo e vindo, entra para uma faculdade de Humanas e faz um curso sobre pessoas, psiquismo e sociedade...

Ou seja: a gente cresceu e passou a gostar de pessoas. E adeus, filmes de animais.


Então veio Zootopia.

Por sugestão do namorado. Nem botei muita fé.


Agora estou perdidamente apaixonada por esse desenho. 

Ele possui alguns elementos clássicos da cultura estadunidense que já foram disseminados nas repetidas sessões da tarde da vida, como a aspirante a policial que quer fazer do mundo um lugar melhor - mas não deixa de ser lindinho.

Naturalmente, já vi umas quatro vezes e estou caminhando para a quinta. Logo estarei na décima e terei decorado todas as falas conforme manda o figurino.

Como poderia resumir objetivamente o encanto que essa animação representou para mim?

A animação em si é de ótima qualidade, mas isso não é novidade quando se pensa em Pixar e em Disney. Assim, elencarei o que me chamou a atenção nessa fofura.