sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Sobre ser sem sal...


Estava vendo um tópico muito interessante no Buzzfeed: "O que aconteceu quando eu fiz tudo o que uma página popular do Pinterest mandava".

É sobre uma moça que curte o Pinterest, que sempre o defendeu de rótulos negativos - e que resolveu inserir dicas populares do Pinterest em sua vida por uma semana para ver como se saía, para ver se a página era realmente digna de sua defesa ou dos rótulos negativos que recebia. Ela soa como a mais normal dentre as mortais e enfatiza que seu tempo livre não é muito, já que trabalha em tempo integral. Pelo título da matéria, a gente já vê que muita coisa não saiu tão perfeita quanto as dicas do Pinterest prometeram, mas houve bons (e raros) resultados. Ou seja: 90% do que ela tentou fazer deu errado, mas alguma coisa foi, para a moça, uma descoberta interessante e útil para a vida.


Para quem ainda não sabe, o Pinterest é basicamente um site de imagens fofas que você curte e compartilha. Nele, é tudo muito poliana, parece uma espécie de Wonderland. E algumas postagens são imagens cúti-cúti com dicas para o dia-a-dia, listadas em passos e com promessas de simplificar nossa vida ou de nos inspirar.

Achei muito legal o relato dessa moça, a Rachel Miller, e, como de praxe, fui ver os comentários no Buzzfeed sobre o post. Alguns acharam bacana a iniciativa, o esforço em demonstrar (e não só em teorizar) como não dá para levar a sério o mundo das imagens perfeitas de páginas de internet, enquanto o outro lado achou a coisa toda boba, já que a moça teria tentado pela primeira vez fazer coisas com uma perfeição que só se obtém com mais tentativas, com mais empenho. Basicamente, ela teria banalizado algo que só se consegue com esforço.

Bom, na realidade, o que ela demonstrou é que o Pinterest tem muitas dicas legais e serve de inspiração, sim, mas que também tem muita coisa que só fica legal em foto - não é bonito em três dimensões, não é simples de fazer e sequer é útil no dia-a-dia. E depende de uma boa iluminação para ficar apresentável. Ou seja: é só imagem bonitinha e idealista demais, nada real ou prática. São 100.000 likes em uma foto de vidro de conserva enfeitado que não fica realmente bonito ou aplicável no mundo real.

Um dos comentários negativos no Buzzfeed diz que a moça do experimento se mostrou muito "sem sal". O que parece bastante coerente: ela é uma moça normal, nem feia e nem lindíssima - ela é bem bonita, mas não se sai absolutamente fantástica em todas as fotos, depende da distância e do ângulo. Não é muito boa com artesanato, não parece ter a vida mais invejável do planeta - e nem a pior, aliás. O mais engraçado é que provavelmente a vida dela é tão sem sal quanto a daquelas pessoas que a acusam de sê-lo.

Afinal, o que é ser "sem sal"?

Talvez seja um dos meios mais terríveis de se agredir verbalmente uma pessoa. Sabem aquela idéia burguesa "falem bem, falem mal, mas falem de mim?" O "sem sal" é aquilo que não é bom e nem ruim. É aquilo que não toca e nem incomoda. Que não desperta paixões. Aliás, que não desperta nada, um sentimento que seja, uma aragem.

Ninguém quer sem sal. Tem a galera óbvia que quer ser adorada. Tem a galera venenosa pretensamente idiossincrática que quer ser detestada, que quer incomodar - também quer atenção, nem que seja uma atenção "ruim". Falem bem, falem mal, mas falem de mim, certo?

Mas ninguém quer ser sem sal, sem graça, sem sabor! Ninguém quer passar e ouvir alguém dizer "nossa, que pessoa insossa". É ofensivo. É como se alguém te destituísse do sentido da vida. Qual o sentido da minha existência se sou sem sal?

Tá certo que até protagonista de ficção é sem sal às vezes, mas ninguém quer ser o protagonista sem sal. Quer ser protagonista, sim, mas que seja digno do olhar do outro. Quer visibilidade, visualização.

Então me veio uma lembrança aleatória de 2009, quando um amigo meu estava falando comigo sobre "garotas sem sal" e me mostrando fotos delas. Normalmente, eram garotas com traços finos e acanhados em fotos nada artísticas, com tonalidades acinzentadas e tendo um céu com baixa saturação ao fundo. Cabelos nem feios e nem deslumbrantes. Um olhar despretensioso, roupas nada chamativas. Eram as meninas "sem sal".

Sem sal. Um termo que sempre escuto.

Não sei se já o proferi. Quero dizer, já, mas nunca o direcionei a pessoas, somente a coisas, e não porque eu seja lá uma pessoa legal - é que tenho dificuldade em falar algo que não seja positivo de pessoas. E tachar alguém exige uma certa postura de enfrentamento que não é compatível com meu Marte em Peixes. Aquele Marte que não gosta de enfrentar pessoas, de xingar pessoas, de brigar, e que evita ao máximo esse tipo de contenda - um Marte que só enfrenta pessoas por um "bem maior", mas nunca surge um momento na vida de fazer esse "bem maior". Bom, já apareceu para mim uma vez a oportunidade de brigar com alguém pelo "bem maior"e eu não consegui me manifestar de tão chocada e sem reação que fiquei. Mas não importa agora.

Enfim: eu tenho uma imensa dificuldade de olhar para uma pessoa, ao vivo ou, sei lá, longe de mim, ou na televisão, e de xingá-la simplesmente porque eu a acho feia ou sem sal. Não é compatível com a minha personalidade. E tenho um Marte em Peixes que embasa perfeitamente isso.

[Quero dizer, até defendo minhas idéias, mas não sei me colocar em postura de enfrentamento a ponto de acusar alguém, de dizer "como essa pessoa é sem sal, Meu Deus!"]

[Oh, e sempre fui essa pessoa que não gosta de confrontar outras pessoas antes mesmo de descobrir a base astrológica que afirma isso.]

"Nunca pensei que diria isso."

É claro que, a essa altura, eu já me questionei se sou sem sal, e posso apostar que muita gente já o fez. Consigo imaginar com uma certa facilidade como eu poderia ser sem sal para muita gente, e não falo só da quantidade de pessoas que existem pelo mundo. Sei lá, acontece. A gente tem essa ilusão de ser especial, e é uma ilusão que dá um sentido à vida; quando adoecemos de melancolia é que temos uma triste perspectiva da realidade do quão bobinhos, desimportantes e egocêntricos somos. Melancólicos, temos a noção real de como as coisas são e do quão insignificantes somos. E essa é uma verdade que dificilmente alcançamos no dia-a-dia para que a vida emocional seja minimamente suportável.

Nós somos um mosaico de rótulos, idéias e possibilidades. Nós nos manifestamos por nosso leque cultural, pelas músicas que ouvimos, pelos hobbies que compartilhamos e idéias que concebemos; pela nossa aparência, pelo nosso jeito de andar ou de falar. Pelos lugares que freqüentamos e sobretudo pelos que evitamos. Esse mosaico gigante e a forma como o construímos é o que nos torna únicos. Porém, o simples fato de sermos todos tão únicos e complexos nos torna invisíveis na realidade. É como um olhar um painel entupido de mosaicos supercomplexos e legais: em um determinado momento, eles se misturam - chega uma hora em que a gente nem sabe mais qual é qual.

Exceto uns poucos que nos marcam. Que são emocionalmente próximos de nós.

Vou dar um exemplo: quando fui a uma feira de trabalhos científicos, muita gente havia exposto, por área do conhecimento, cartazes com as próprias pesquisas, os métodos e os resultados delas. Entendam: numa cultura governada pela ciência e pela razão, é possível afirmar que as grandes verdades da nossa sociedade estão nesses cartazes de feiras científicas. Uma a uma, cada pesquisa compõe um tijolo de uma fortaleza imensurável que é a ciência. É assim que ela sempre se expande. Quando eu era criança, uma menina obcecada pelas verdades do universo e interessada em encontrá-las de diversas formas, eu recorria aos meus livros de ficção como o Sítio do Picapau Amarelo. Algumas das grandes verdades que eu procurava estavam no que dona Benta revelava aos netos em seus serões. Então eu fui crescendo e baseando minhas verdades não só em fragmentos de ficção porque eu precisava de algo mais sólido para me embasar: meus livros escolares. Cheios de explicações, cheios de teoria.

Só que esses livros não caem do céu, não são inquestionáveis; são escritos essas pessoas - muitas das quais, professores, desde professores de colégio a universitários. Então, fui para a faculdade, onde me deparei com livros universitários, mais carregados de verdades que os de Ensino Médio, já que estes são mais "distorcidos" para comportarem o nível acadêmico ao qual se referem. Só que os livros universitários ainda não continham as verdades porque eles são compêndios básicos e didáticos de conhecimentos embasados que estão em constante atualização desde que ciência é ciência. Então percebi que as grandes verdades estavam nos artigos científicos.

Portanto, as pesquisas atuais, produzidas dia após dia, são o que há de mais fundamental em todas as verdades da nossa sociedade. As discussões superficiais de internet, o que é conversado no cotidiano - todos os conhecimentos disseminados na esfera do senso comum - pertencem a algo mais profundo e complicado, que é a pesquisa científica. E tudo o que se aprende na escola também.

[Não vou entrar no mérito da filosofia e das outras fontes não-científicas que disponibilizam verdades. A idéia do post não é debater sobre as verdades em si.]

Pois bem, então, quando vou a essas feiras, é isso o que vejo nesses cartazes: um constante trabalho de refinamento científico. Por isso, pus-me a ler cada um dos trabalhos expostos, e todos eram interessantes e tinham sua importância. E eram trabalhos muito, muito, muito específicos: nada generalizado e fácil de entender como "salvar o mundo das cáries". Esses tijolos que compõem a fortaleza científica são mínimos, do tamanho de um ácaro e, juntos, compõem uma fortaleza do tamanho de uma cidade. São muitos tijolos em ação, portanto.

Por isso, ao mesmo tempo em que eram interessantes e super-ultra-mega-blaster-específicos, depois de um tempo, começaram a ficar desinteressantes e repetitivos. Eram únicos, cada um tinha seu foco, havia toda uma vivência por parte do pesquisador que fez aquilo acontecer, mas era um monte de pesquisa importante e repetitiva, postas lado a lado. Por isso, no décimo trabalho, a coisa já tinha perdido a graça. Mesmo sendo todos os trabalhos importantes e legais.

Mesmo sendo todos importantes, a brincadeira de dar atenção a cada um deles havia perdido a graça.

Existe uma crítica à normose, especialmente quando falamos em tribos urbanas. Facilmente, encontramos alguém que critica a máscara que vestimos para parecermos iguais ao resto, para que nos sintamos inseridos em um grupo. A gente olha aquele monte de gótico, tudo igual vestido de preto e ouvindo música chorosa com soprano e guitarra; a gente vê aqueles workshops medievais/vikings/germânicos/celtas com o maior número possível de gente com o cabelo tingido de ruivo por metro quadrado [a maior concentração de ruivos naturais, por outro lado, está na Escócia, só para constar]. Ou aquele monte de estudante de humanas usando xadrez, cabelo bagunçado e natural, boinas no calor de 27ºC e óculos de vovó e ouvindo canções de ninar da MPB e rock indie irlandês enquanto pregam religiosamente intervenção estatal e poliamor. E então a gente fala "que sem graça esse povo tudo igual!"

[Sim, coloquei esses exemplos porque me identifico com esses grupos. Seria muito mais fácil eu criticar funkeiro ou universitário com abadá do axé, mas não vejo graça em dar uma de metaleira que odeia funk - é infinitamente mais divertido zoar coisas que eu curto justamente porque curto, o que torna tudo mais interessante.]


"Eu me desprezo ocasionalmente só para deixar as coisas mais interessantes."

Só que eu não acho que vestir uma máscara religiosamente parecida com a dos outros membros do bando te torna sem sal ou despersonalizado. Talvez, dependendo da intensidade do torque (vulgo "forçação de barra"), infeliz - mas não necessariamente sem sal. Para ser uma pessoa sem sal, eis o segredo: basta existir - com toda a sua complexidade. E alguém, em algum lugar, te achará sem sal. E nem precisa procurar muito - só onde você trabalha ou estuda já deve ter alguém que pensa isso de você.

Só porque você existe - o mosaico recheado de coisas que você é.

O que torna uma pessoa sem sal? Espertos dirão que isso é bem subjetivo, e não deixa de ser verdade. Mas por quê?

Porque o que torna uma pessoa sem sal é o fato de não preencher nenhum espaço no nosso painel psíquico. O fato de a pessoa não se encaixar em nenhuma imagem que buscamos. Ela não é nossa heroína, nem a metade da laranja que queremos. Ela não preenche o espaço deixado pela família. Ela não pode ser a vilã, o mentor ou o aprendiz. Ela é uma pessoa que não se encaixa em nenhum papel que oferecemos.

Quando olhamos para alguém, não vemos o indivíduo em sua totalidade - vemos a fantasia que ele cria em nós, estando ali, diante de nossos olhos; vemos  o que idealizamos a seu respeito. Quando essa fantasia dela, o conceito dela que criamos em nós e por nossa conta não preenche nossas lacunas, dizemos que ela é sem sal. Que ela não nos serve em nossa fantasia.

Não ocorre identificação - nem boa, nem ruim. 



Olhando por esse ângulo, essa ferroada executada pela língua ("nossa, que pessoa sem sal!") se volta contra o próprio usuário. Percebo tanta gana em por parte de muita gente em proferir esse comentário mas, quando é feito, na realidade a pessoa está dizendo: "tentei, mas você não preencheu a minha fantasia."

E se muita gente acha uma mesma pessoa sem sal? Então estão dizendo "tentamos, mas você não preenche nossas fantasias."

A frase começa com "tentei" porque tentamos enquanto sujeitos sensíveis, egocêntricos e cognoscentes. Olhamos para algo e imediatamente encaixamos aquilo na fantasia e, quando essa coisa nela não tem lugar, ela não nos interessa - logo, abandonamo-la. É como se, na conjuntura atual, vivêssemos a pegar os pedaços de quebra-cabeça da vida e tentássemos encaixá-los em nosso ideal. Encaixou? Beleza, é nosso. Não encaixou? Deixamos cair, jogamos para o lado e seguimos em frente.


"Infelizmente, meu verdadeiro e único amor sou eu mesmo." 

Isso realmente muda as coisas, porque aí a gente atribui ao indivíduo dito "sem sal" o direito de questionar: "mas por que eu tenho que preencher a sua fantasia? Eu tenho toda uma existência que faz tanto sentido quanto a sua, cara, e você fica parecendo uma criança mimada achando que tudo tem que ser seu ou como você quer."

Sério, quando eu vejo alguém xingando tão descuidadamente outra pessoa, para mim, aquilo é apontar uma adaga para o próprio peito. É uma auto-acusação e realmente não sei se outras pessoas percebem. Acho que não se atentam a isso, talvez porque, se dessem atenção, esse hábito de falar mal do outro desapareceria. Ou não.

E quando dizemos que algo é sem graça só para não mostrar o impacto que causa em nós? É a tal negação. A negação seria chamar de sem sal algo que, para nós, não é realmente; algo não nos deixa indiferente, mas que não queremos enxergar porque essa coisa nos incomoda. Incomoda nossa psique identificar aquilo como nosso. E por que incomodaria? Céus, tantos motivos. É como se o ideal que montamos a respeito da pessoa remetesse a alguma coisa que nos pertence, só que não queremos saber dessa coisa que é nossa. Nossa consciência não deixa, não quer que saibamos dela porque, quando dela sabemos, confrontamos algo em nós que nos incomoda. E a pessoa, soberana, nada tem a ver com as nossas tretas. Ela nos traz a lembrança de algo nosso que incomoda só a gente.

Isso tudo é tão egocêntrico, não? Acho que muita gente já sabia que, quando adjetivamos alguém de forma subjetiva, por mais agressivos e taxativos que sejamos, estamos na realidade sendo apenas egocêntricos. Só que, mais do que saber disso, acho interessante analisar o processo porque vejo que não é comumente analisado. Coisa do dia-a-dia é ver gente falando de gente, bem ou mal, e fico me perguntando se, durante esses hábitos, acontece essa reflexão. Porque comigo acontece.

Acho que é por isso que não consigo xingar pessoas. Eu até tento por vezes criticar algo extravagante na TV para ver como me saio, mas sou péssima, é como se não fosse eu. E entendo por quê: porque fico pensando essas coisas antes de falar. Então, quando digo que alguém é feia ou sem sal, não consigo me sentir melhor que a pessoa ao fazer isso. Simplesmente não consigo. Porque em seguida penso "ela só não preenche minha fantasia - como se tivesse essa obrigação! Até parece."

Posso até querer criticar coisas ou com figuras ideais, mas não pessoas reais.

Acho que é por isso. Quando eu vejo uma pessoa sem sal, eu não consigo pensar nela como algo triste e sem cores. Na realidade, eu a vejo como uma personalidade tão complexa que eu não alcanço, um tapa na cara para o meu egocentrismo. Penso "existem pessoas que não preenchem minha fantasia e voilà - elas existem, tanto quanto eu". Olá, realidade!

Nesse contexto, um possível sentido existencial constitui na capacidade (egocêntrica) de encaixar na nossa fantasia a maior quantidade possível de moldes. E um sinal forte de distanciamento, de desligamento do mundo é a incapacidade de encaixar o mundo real na própria fantasia. Então, o mundo real todo fica sem graça, não se encaixa em nossas expectativas.

Acho que expliquei um pouco do que eu penso sobre pessoas sem sal. Não sei por que resolvi falar disso em pleno Natal... meu timing para posts é péssimo, já falei antes. Falo de coisas que já saíram de moda, discuto livros que todos já leram e ouço músicas que fizeram sucesso em 2010. Freqüentemente sinto como se eu estivesse indo quando todos estão voltando. E falo de tópicos nada a ver em épocas festivas.

Talvez porque não ligue para épocas festivas ou simplesmente não tenha a menor vontade de fazer posts bonitinhos sobre esse assunto. Mas espero que estejam todos aproveitando esse período para fazer coisas interessantes como, por exemplo, dormir, estar com quem se ama e dormir novamente.

Observação sobre os gifs utilizados no post: é um jeito implícito de dizer que estou viciada na série "Os Instrumentos Mortais". Um outro tópico para um outro post...

4 comentários:

  1. Obrigada por esse texto! Tenho 18 anos e entrei na faculdade esse ano, me sinto totalmente sozinha mesmo já tendo feito alguns amigos, não me sinto pertencente e muita gente me acha sem sal por ser timida e não saber conversar direito. Enfim, obrigada por isso!

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    1. Fico feliz que tenha lhe ajudado de alguma forma. Boa sorte! :)

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