sábado, 19 de outubro de 2013

Filme "Prince of Persia: The Sands of Time"



"... connected by an ancient calling that echoes through the ages."

"Diz-se que algumas vidas estão ligadas através dos tempos, conectadas por um antigo chamado que ecoa através dos tempos."

Esse é o início de um de meus filmes preferidos, e como eu o vi até decorar e gosto de cada parte, de cada fala, de cada cena, vou dedicar um post a ele.

É um daqueles filmes nossos, sabe? Você pode até recomendar, mas recomenda com um pé atrás, ciente de que é bem provável que a pessoa não goste dele tanto quanto você gosta - ou ainda, que talvez não entenda por que você gosta tanto dele.

Uma vez, um professor meu disse que não existe arte ruim; existe a arte para a qual você não está preparado. É assim que me sinto quando não gosto de algo "artístico": despreparada para admirar essa coisa.

Por outro lado, quando gosto profundamente, sinto como estivesse pronta para me identificar com o elemento artístico.

Esse filme pode soar um pouco polêmico porque não é exatamente o tipo que agrada multidões - ou melhor, por ser o tipo que agrada multidões, é um tipo que não agrada multidões.

Já que existe todo um embate contra blockbusters e filmes de sessão da tarde, qualquer filme clichê já é automaticamente alvo de todo tipo de crítica pretensiosamente cult.

A última crítica pretensiosamente cult que li foi de um cara que dizia não entender por que Vingadores/Avengers é tão idolatrado, já que fora ver no cinema o filme e concluíra que não tinha profundidade alguma. E eu pergunto: como alguém vai ao cinema ver o filme dos Vingadores esperando o que é chamado de "profundidade"? Eu pelo menos fui ver a versão cinematográfica da Marvel, com diálogos engraçados e superefeitos hollywoodianos, e fui surpreendida por uma ótima película.

Eu não tenho problemas com esse filmes e também adoro os ditos alternativos, de roteiros surpreendentes - na verdade, eu só não gosto quando não há opção. Daí a imensa preguiça que sinto dessa nova onda de cinemas dentro do shopping e aqueles cartazes unicamente formados por filmes tipicamente hollywoodianos, com atores mais repetidos que o elenco de novela da Globo, efeitos de explosão, diálogos manjados, policiais comendo rosquinhas, etc, etc.

Não é que eu defenda um e deteste o outro; só acho que todos merecem ser igualmente adorados e devidamente curtidos. E a seu tempo: você vai mesmo ao cinema do shopping ver Avengers quando quer algo mais profundo? Quero dizer, por mais que algumas HQ da Marvel consigam, segundo os fãs, transmitir toda a tal profundidade, "Vingadores" é a sua opção de filme - ao buscar algo "cult" -, sendo que os trailers, se bem me lembro, são formados exclusivamente por raios perdidos, pedaços flutuantes de asfalto, Hulk socando a galera e muitos, muitos superpoderes? E um elenco/produção de primeira, naturalmente - mas acho, só acho, que não é a primeira opção para quem estiver atrás de um enredo mais complexo.

Hoje não vou falar de um filme alternativo e nem de um blockbuster, acho. Ele é bem hollywoodiano, filho da Disney, e teve uma aprovação que poderíamos chamar de média - não decepcionou ou inovou. E a crítica foi positiva.

Eu vi e gostei.

Falo de "Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo" (Prince of Persia: The Sands of Time).




Bom, o filme é a versão cinematográfica baseada na trilogia de jogos The Sands of Time, que é bem diferente do Prince of Persia clássico para SNES:




O começo de uma longa jornada de Parkour.

E ele viu o rosto da amada nas estrelas... *drama*


A nova série lançada é simplesmente maravilhosa; o Prince pode até estar inserido em um novo contexto, com um visual diferente e sem aquelas músicas da clássica versão de 1992, mas continua escalando todos os lugares e mostrando seus movimentos acrobáticos. Além disso, existe aquela parte do enredo sobre viagem no tempo, e foi muito bem-abordada. Acompanhei alguns vídeos, ouvi depoimentos, e tudo isso só me deu mais vontade de jogar. Ainda jogarei e postarei contando!

Selecionei algumas fotos, muitas pertencentes ao "The Forgotten Sands" (As Areias Esquecidas), enfatizando as escaladas e os altos Parkour do protagonista - uma constante do personagem que não é abandonada:

























O resumo da ópera é que a Disney comprou os direitos e, como de costume, houve uma revolta por parte dos fãs - mais ou menos como está havendo agora sobre a série Star Wars -, e rolou a píada de que o Prince viraria um Aladdin nas mãos do estúdio.

A Disney, para começar, deu ao Prince um nome, talvez porque ela não achasse muito legal chamar um cara de "Prince" o tempo todo, sendo que ele se tratava de um príncipe e não de um cantor pop. Seu nome é Dastan - um bom nome, na minha opinião. Que parece significar "herói" no iraniano antigo.

Pelo que parece, a história contada, apesar de abordar as Areias do Tempo, é bem diferente da história da trilogia, mas tá valendo. O roteiro é bem clichê, mas eu acredito que uma boa história pode ser o maior clichê da Terra - se for contada de um jeito legal, sempre será bacana. :)

Segundo a Wikipédia, o roteiro foi baseado em lendas persas registradas no Shahnameh, um livro poético de mitologia iraniana que narra a história de seu povo desde a criação do mundo. Não preciso dizer que vou ver ainda se tem algum exemplar traduzido pelo menos para o inglês para dar uma olhadinha...


  • Por que gostei: Bom, eu já dei dois motivos ali em cima, mas vamos lá:


- Adoro filmes da Disney. Seja por nostalgia, não importa - eu gosto e sou feliz assim. Acho que essa turma manda muito bem, aproveita bem o capital que possui. Eu gosto de todo esse romantismo/fantasia purpurinado de arco-íris que essa equipe coloca em suas produções, e não foi diferente com Prince of Persia. 

- Adoro/romantizo o deserto. Gosto das lendas do deserto, cenário, costumes e afins.

- O Jerry Bruckheimer, produtor do filme, está na minha lista de produtores preferidos (Aprendiz de Feiticeiro, Piratas do Caribe); quando sei que o filme tem dedo dele, já penso que vou adorar. Já o Mike Newell, porém, não me fez muito feliz com Harry Potter e o Cálice de Fogo, mas tem lá seus méritos.

- Toby Kebbell e Alfred Molina sabem roubar a cena e já haviam me impressionado em "O Aprendiz de Feiticeiro". Lembrando que o Dr. Octopus de Molina é excelente!

- Sir Ben Kingsley, além do "sir" na frente é um excelente ator.

- A Gemma Arterton, além de bonita, é toda engraçadinha e tem um sotaque fofo. 

- A coreografia do príncipe Dastan (interpretado por Jake Gyllenhaal) foi capitaneada pelo David Belle, criador do Parkour. Lutas e fugas em filmes costumam me dar muito sono, exceto quando os movimentos são emocionantes, acrobáticos, com uma leveza, harmonia e confiança que, em minha humilde opinião, apenas o Parkour e o kung fu possuem. Eu durmo naquelas cenas finais de filmes hollywoodianos em que a porrada rola por dez minutos até que, por um golpe de sorte ou determinação, o mocinho dá um soco final (até que enfim!) e o vilão morre. E detesto lutas que parecem uma versão pré-histórica de luta romana, como se os produtores estivessem com preguiça de botar um tempero. Na minha opinião, ou você faz a coisa de um jeito realista - um soco e o cara fica tonto, sem luta, nem nada - ou faz algo bonito, cheio de movimentos circulares, de defesa, como uma dança. O meio-termo é uma droga.

Maaaas, no filme, é tudo bonito de se ver! E graças ao David Belle, em grande parte.

Você se diverte vendo o Dastan fugindo, escalando objetos inimagináveis e manuseando suas espadas; logo reconheci algo do Prince do SNES e os posteriores, mas minha mãe viu algo de Aladdin também.

Mas decididamente havia muito mais de Prince. Muito mais.

  • Por que eu recomendo: Como o Jerry Bruckheimer disse nas cenas de bastidores, a idéia é fazer você esquecer o dia-a-dia para viajar para um tempo distante e aproveitar uma história leve e divertida em um cenário fantástico. E cumpriu bem com esse objetivo.


O roteiro, a atuação, o cenário e os efeitos são muito bons, deixando o filme completo e muito divertido; se você tem uma "nostalgia" do deserto como eu, vai se sentir muito à vontade no cenário e gostar do figurino. Eu não saberia dizer, embora creia que não, se os persas antigos tinham olhos azuis, mas a atuação do Jake Gyllenhaal está tão boa, e o preparamento físico para o Parkour tão eficaz, que você logo deixa de lado essa questão. O cabelo escuro dele compensa.

Você vai gostar? Creio que sim. Vai se lembrar para todo o sempre do filme? Não sei. 

Eu vou.





































E se você ficou com saudades eternas da versão de 1992 de "Prince of Persia", aproveite para matar um pouco dela:


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