Nessa caravana do inglês a ser aprendido, venho caçando em plenas férias uns filmes legais para ver em meio a tantos seriados bacanas. Após Romancing The Stone e Trouble in Little China (clássicos que merecem post), achei, por acaso, Penelope, li a sinopse e vi despretensiosamente.
Ele tem sido a compulsão do momento. Calculo que o vi cerca de seis vezes em dez dias e, quando comecei a decorar as falas, senti que já podia largar um pouco.
Naturalmente, dedicarei este post a explicar por que o adorei.
Para começar, a protagonista é interpretada pela Christina Ricci, por isso pensei que fosse mais um daqueles filmes que ela protagonizou na adolescência, nos anos 90, sabem? Estilo Gasparzinho, Caçadoras de Aventuras, A Família Addams? Só depois vi que era relativamente recente, de 2007.
Eu diria que é uma história sobre como uma garota se encanta por um mundo do qual o mocinho já se desiludiu...
Eu diria que é uma história sobre como uma garota se encanta por um mundo do qual o mocinho já se desiludiu...
Ela ficou fofa com esse nariz!
Para mim, a Christina será eternamente a Vandinha e também a esquisitinha que conversava com o Gasparzinho. Ela tem uma aparência interessante por conta do formato dos olhos e do queixo, olhos meio dark, o que acrescenta o que normalmente chamo aqui de beleza nada convencional. Apesar de ela interpretar também garotas normais e bonitas, ela continua sendo pouco convencional para mim, e isso só tem a acrescentar já que, em "Penelope", ela é a versão feminina da Fera na párabola The Beauty and the Beast.
É um conto de fada moderno, em que Penelope nasce amaldiçoada com um focinho de porco, o que a torna feia e indesejável. Para alguns, isso parece exagero, já que ela é toda bonitinha, mas vamos pôr a mão na consciência: por mais que gostemos de ler gibis da turma do Pato Donald, você se casaria com uma pessoa dotada de um focinho de porco no lugar do nariz?
Essa é a pergunta implícita do filme, com respostas controversas.
Pelo sim, pelo não, é estranho, convenhamos. Algo simples e, ao mesmo tempo, estranho. Por isso, a reação das pessoas ao longo da história é plausível: ao mesmo tempo em que Penelope é uma menina doce, inteligente e sonhadora, ela encanta as pessoas com sua espontaneidade, mas ninguém se atreve a se apaixonar por ela realmente - ela encanta por seu jeito, mas é excêntrica pela sua aparência.
O legal é que, quando pensei "uai, por que não fazem uma cirurgia na criança?", o próprio filme encontrou um jeito de tornar essa opção inviável, do contrário a irritadiça e desesperada mãe de Penelope já teria apelado para algum procedimento há muito tempo.
Ah, os tais telefones, sempre presentes!
A essa altura, vocês já devem pressupor que somente o amor verdadeiro pode quebrar esse encanto. "A Bela e a Fera", certo?
Então, sem demora, encontros com finalidades matrimoniais são arranjados, mas todo rapaz literalmente foge da pobre Penelope, que tem a auto-estima massacrada por isso. Rejeitada por seu nariz porcino, ela percebe que dificilmente alguém a aceitará. Principalmente porque, ao que tudo indica, além de aceitá-la, a pessoa a livrá-la do encanto precisa necessariamente ter sangue azul, como ela. Tem uma explicação muito simples e interessante para isso.
Vamos aos motivos principais de eu ter visto esse filme uma porção de vezes:
1. Penelope é uma fofa e dona de um figurino lindo.
A Penelope, com seu jeito meigo, porém rebelde, é encantadora, e não tem como não achá-la fofa, principalmente quando sua voz se torna um pio. Ela é uma personagem coerente e consistente cuja personalidade encaixa com o contexto no qual é inserida.
O interessante é notar como o nariz porcino incomoda mais as pessoas ao seu redor (inclusive a mãe) do que a ela mesma, portadora dessa condição. E o modo como ela transforma a própria vida carregando essa exótica característica é encorajador e foge da noção da princesa trancada na torre. Existe algo de progressivo em sua história, e é isso que encanta: nesse conto de fada, ninguém fica parado esperandoa morte o amor chegar.
E vou falar sobre o visual, que é lindíssimo! Principalmente as meias, em tons de verde e púrpura!
2. O cenário é todo bonito.
O cenário e as tomadas constituem um universo fictício e impecável, e não tem como não reparar nos aposentos da Penelope ou nos do príncipe encantado.
3. Atores legais aparecem "do nada", surpreendendo.
Não gosto de ler as longas sinopses ou o a composição do elenco previamente porque quero ser inteiramente surpreendida no decorrer do filme, e foi bem o que aconteceu. Para começar, do nada aparece o Peter Dinklage...
Aliás, ainda sobre o Dinklage: ele só arrasa. Acabei de vê-lo em X-men, e novamente o temos em um papel em que sua principal característica não está relacionada ao seu porte físico.
Tem a Reese Whiterspoon, que também foi produtora do filme. Agora, o Richard Leaf foi uma agradável surpresa para a pottermaníaca que vos fala, afinal é difícil não reconhecer aquele que deu vida a John Dawlish!
E o "Dawlish" é o compreensivo bartender.
4. O príncipe encantado.
Quando o assunto é o príncipe encantado, as chances de eu achá-lo sem graça nos filmes é significativa. Ainda vou criar uma lista de roteiros, mocinhas e mocinhos que curti ao longo de minha trajetória como cinéfila, mas isso é mais para frente; o que importa é que o "príncipe" de Penelope foi colocado na medida certa por uma gama de motivos.
Ele é realmente engraçado...
O James McAvoy é um excelente ator, mas eu nunca o achei bonito ou mesmo interessante, embora tenha admirado bastante sua atuação em papéis tão discrepantes - um sátiro, um médico ingênuo e torturado e o professor X - em "As Crônicas de Narnia", "O Último Rei da Escócia", "X-men: First Class" e "X-men: Days of Future Past". Ele estava simplesmente brilhante em todos esses papéis, mas é a primeira vez que o acho realmente charmoso, marcante e sutil, bem diferente dos príncipes de estilo "Ken". Assim como Ricci, embora seja bonito, ele consegue ser pouco convencional com os traços marcantes de seu rosto.
E isso não é no sentido pejorativo.
Ele botou aqui o charme preciso pra temperar um filme água-com-açúcar, por isso o espectador pode aguardar trejeitos e sorrisos adoravelmente acompanhados por um visual principesco - no caso, chapéu e cachecol.
Vamos aos motivos principais de eu ter visto esse filme uma porção de vezes:
1. Penelope é uma fofa e dona de um figurino lindo.
A Penelope, com seu jeito meigo, porém rebelde, é encantadora, e não tem como não achá-la fofa, principalmente quando sua voz se torna um pio. Ela é uma personagem coerente e consistente cuja personalidade encaixa com o contexto no qual é inserida.
O interessante é notar como o nariz porcino incomoda mais as pessoas ao seu redor (inclusive a mãe) do que a ela mesma, portadora dessa condição. E o modo como ela transforma a própria vida carregando essa exótica característica é encorajador e foge da noção da princesa trancada na torre. Existe algo de progressivo em sua história, e é isso que encanta: nesse conto de fada, ninguém fica parado esperando
E vou falar sobre o visual, que é lindíssimo! Principalmente as meias, em tons de verde e púrpura!
E as listras!
Como conto de fada, a história parece trazer uma série de anacronismos, mas tudo isso é usado para compor um cenário fantástico situado no meio do século XX, na época das motos vespas e dos telefones de disco.
Apaixonada por essas meias.
E esse sapatinho...!
Ela gosta de plantinhas!
E gosta de balanços!
2. O cenário é todo bonito.
O cenário e as tomadas constituem um universo fictício e impecável, e não tem como não reparar nos aposentos da Penelope ou nos do príncipe encantado.
É um ambiente lúdico, com tons de verde e vermelho.
O ângulo, o cenário, a caligrafia! <3
O quarto minimalista que sugere simplicidade e trabalho criativo.
O verde lúdico de Penelope revezando com o marrom antiquado e despojado do "príncipe".
Aqueles quadros no canto superior esquerdo se parecem tanto com os da Nicoletta Ceccoli!
Não gosto de ler as longas sinopses ou o a composição do elenco previamente porque quero ser inteiramente surpreendida no decorrer do filme, e foi bem o que aconteceu. Para começar, do nada aparece o Peter Dinklage...
... e seu pente milagroso.
Aliás, ainda sobre o Dinklage: ele só arrasa. Acabei de vê-lo em X-men, e novamente o temos em um papel em que sua principal característica não está relacionada ao seu porte físico.
Tem a Reese Whiterspoon, que também foi produtora do filme. Agora, o Richard Leaf foi uma agradável surpresa para a pottermaníaca que vos fala, afinal é difícil não reconhecer aquele que deu vida a John Dawlish!
Sem falar no Simon Woods, que do bobalhão e apaixonado Sr. Bingley, encarnou o mimado, dramático, irritadiço, mas não menos cômico Edward Vanderman, o cara de sangue azul que se apavorou com Penelope e agora ameaça o nome da própria família ao revelar para o mundo a existência de uma menina com focinho de porco e, é claro, ser desacreditado. Atuação impecável.
E o "Dawlish" é o compreensivo bartender.
E essa foto é para dizer que achei fofo o cabelinho da Reese Whiterspoon nessa cena.
4. O príncipe encantado.
Quando o assunto é o príncipe encantado, as chances de eu achá-lo sem graça nos filmes é significativa. Ainda vou criar uma lista de roteiros, mocinhas e mocinhos que curti ao longo de minha trajetória como cinéfila, mas isso é mais para frente; o que importa é que o "príncipe" de Penelope foi colocado na medida certa por uma gama de motivos.
Ele é realmente engraçado...
Mas tem um problema sério e pessoal que enfrenta ao longo da história, em um enredo paralelo ao de Penelope...
Seus trejeitos são elegantes, com uma desenvoltura natural...
Seu olhar, suas falas e seus trejeitos não são exagerados. Ele não é incompetente ou onipotente, formando um par muito interessante com Penelope.
O cabelo dele ficou ótimo!
O James McAvoy é um excelente ator, mas eu nunca o achei bonito ou mesmo interessante, embora tenha admirado bastante sua atuação em papéis tão discrepantes - um sátiro, um médico ingênuo e torturado e o professor X - em "As Crônicas de Narnia", "O Último Rei da Escócia", "X-men: First Class" e "X-men: Days of Future Past". Ele estava simplesmente brilhante em todos esses papéis, mas é a primeira vez que o acho realmente charmoso, marcante e sutil, bem diferente dos príncipes de estilo "Ken". Assim como Ricci, embora seja bonito, ele consegue ser pouco convencional com os traços marcantes de seu rosto.
E isso não é no sentido pejorativo.
Ele botou aqui o charme preciso pra temperar um filme água-com-açúcar, por isso o espectador pode aguardar trejeitos e sorrisos adoravelmente acompanhados por um visual principesco - no caso, chapéu e cachecol.
E também um dos melhores beijos de filmes românticos que já vi.
Penelope: uma história fofa que recomendo e com enredo, personagens e cenários ótimos - além do desfecho interessantíssimo, que traz uma ótima lição não mencionada neste post. :)
Amo esse filme! <3
ResponderExcluirUma fofura, né? :3
Excluir