segunda-feira, 14 de julho de 2014

O Restaurante no Fim do Universo (Desafio #4)



Eu sei que parei de postar sobre o desafio, e estou cheia de sugestões literárias para soltar. Então, vamos lá! Em relação ao desafio:

Quarto livro: O Restaurante no Fim do Universo - dia 2 ao dia 8 de dezembro de 2013.



Esse é o segundo da série "O Mochileiro das Galáxias", que é constituída por seis volumes:

- O Guia do Mochileiro das Galáxias;
- O Restaurante no Fim do Universo;
- A Vida, o Universo e Tudo O Mais;
- Até Mais, e Obrigado pelos Peixes!
- Praticamente Inofensiva;
- E Tem Outra Coisa...

Existe uma divergência sobre o sexto integrar ou não a série - como não cheguei até ele, eu ainda não sei. Mas, aparentemente, é de outro autor.

Essa série foi escrita nos anos 70 ou 80, originalmente transmitida pela BBC Radio 4. O autor é o mítico Douglas Adams, que também escreveu Shada, um episódio de Dr. Who que nunca foi ao ar. Junto a Terry Pratchett e Neil Gaiman, foi (faleceu em 2001) mais um autor britânico aclamado de referências nerds. Sim, a série é mais um clássico nerd, por isso, se você é o tipo que está a fim de correr atrás de clássicos, como eu, essa é uma sugestão mais do que válida.

Quem não conhece a série deve ter achado os títulos, no mínimo, intrigantes. Não se preocupem: o conteúdo também é intrigante, do começo ao fim.

Já vi gente achando a coleção a coisa mais chata do mundo, mas acho que são minoria - e, se fossem maioria, eu não me importaria muito. Essa série é de um humor britânico - sim -, o que torna, em minha opinião, as piadinhas melhores. A narrativa é cativante e excelente quando você quer se distrair um pouco; a história é contada de forma bem-humorada, e o autor alterna entre descrições irônicas dos eventos e tentativas de conversar com o próprio leitor. Se algum diretor de cinema tivesse juízo ao passar a obra para o cinema, com certeza colocaria um narrador na história, tanto no começo quanto no meio e no fim, usando trechos do livro - ficaria impagável.

E, por falar nisso, existe um filme, mas eu não consegui ver nem dez minutos dele de tão ruim que é. Quando me falaram que era ruim, eu nem acreditei, mas acidentalmente acabei vendo e - sério - não agüentei. Eu não estava sozinha na hora, e fiquei repetindo mil vezes como o livro era totalmente diferente daquilo. E, quando eu digo totalmente, não quero dizer que quem teve a idéia de montar num dragão pra fugir dos duendes do Gringotes foi, na verdade, o Harry (já que a Hermione NUNCA, NUNQUINHA, NUNQUÍSSIMA ia querer fazer uma coisas dessas - quem leu sabe); quando eu falo que é totalmente diferente, é que pegaram uma história maluca qualquer e lhe emprestaram o nome do livro. E só.

Sim, o filme é mais dramático do que fazer a Hermione ter a idéia de montar num dragão.

É mais dramático do que a diferença de roteiro de Piratas do Caribe 4 em relação aos outros três.

Fizeram simplesmente outra coisa. E chamaram aquilo de "Mochileiro das Galáxias".

Certo, tem os mesmos personagens do livro. Que são um pouco diferentes. Cara, ou eu estou há muito tempo sem ler o primeiro livro ou a aventura do filme é completamente diferente, sério. Não é possível. Tentaram usar a maluquice do livro, mas o tiro saiu pela culatra.

Talvez eu esteja exagerando. Ou não.

Já o livro é incrível. O começo já é cativante. Basicamente, conta a história do mal-humorado Arthur Dent, que um dia acorda e descobre que a Terra está prestes a ser demolida para desimpedir a construção de uma via intergaláctica, e tudo o que esse jovem de trinta anos faz nos últimos sete minutos de vida terrestre é confiar no seu excêntrico amigo Ford Prefect, que revela ser um mochileiro das galáxias nascido em Betelgeuse e, juntos, simplesmente caem fora do planeta. E caem dentro nessa vida de mochileiro.

Nesse meio-tempo, descobrimos que o Dent não é o único terráqueo sobrevivente quando a dupla encontra a tripulação da Coração de Ouro, uma nave movida a um gerador de improbabilidade infinita pilotada pelo alienígena megalomaníaco Zaphod Beeblebrox. Conhecemos a humana Trillian, uma matemática com Ph.D em Astrofísica que deu no pé ao receber um convite alienígena justamente por achar que não teria sucesso profissional na Terra, e também conhecemos Marvin, um robô tão inteligente que é melancólico no sentido mais freudiano possível.

O que esses tripulantes fazem? Zanzar pelo universo com objetivos tão aleatórios quanto o campo de improbabilidade que alimenta a nave.

Ao final da primeira jornada, a galera percebe-se faminta, então todos decidem com unanimidade ir ao Restaurante no Fim do Universo matar a fome. E é a partir dessa decisão que o segundo livro começa.

Pense de forma aleatória.

No segundo volume, além do restaurante, eles encontram elevadores com talentos precognitivos dotados de vontade própria, bandas de rock que tocam suas músicas sob efeito de explosões solares, a possibilidade de a panspermia cósmica justificar o povoamento terráqueo como o conhecemos e também deparam-se com o Vórtice da Perspectiva Total. Tudo junto e misturado, regado a muita ironia, sátiras políticas e alfinetadas na sociedade - aquelas sutis, quase inocentes, misturadas com física moderna. Aliás, quanto mais amplo for seu repertório em Física, mais engraçado o livro será!

É uma leitura que recomendo demais!

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